25.8.06

A BENEFICÊNCIA

A BENEFICÊNCIA

A beneficência vos dará nesse mundo as mais puras e as mais doces alegrias, as alegrias do coração que não são perturbadas nem pelo remorso, nem pela indiferença. Pudésseis compreender tudo o que encerra de grande e de suave a generosidade das belas almas, esse sentimento que faz com que se olhe outrem com o mesmo olhar com o qual se olha a si mesmo, que se desnude com alegria para vestir seu irmão. Pudésseis não ter mais doce ocupação que a de fazer os outros felizes! Quais são as festas do mundo que poderíeis comparar com essas festas alegres, quando entregais a alegria a essas pobres famílias que não conhecem da vida senão as vicissitudes e as amarguras; quando vês de súbito esses semblantes descorados iluminarem-se de esperança porque não tinham pão; esses infelizes e suas crianças que choravam e repetiam estas palavras que penetravam como agudo punhal no coração materno: Eu tenho fome!...
Compreendei quanto são deliciosas as impressões daquele que vê renascer a alegria onde, um instante antes, não via senão desespero! Compreendei quais são as suas obrigações para com seus irmãos! Ide, ide ao encontro do infortúnio, ide em socorro das misérias ocultas, sobretudo, porque são as mais dolorosas. Ide e lembrai das palavras do Salvador: “Quando vestirdes um desses pequeninos, pensai que é a mim que fazeis!”

(Adolfo, bispo de Argel, Bordéus, 1861)